Saturday, January 22, 2011

Réplica ao texto "Brasileiro, o telespectador infantil", de Ale Rocha

Brasileiro ainda não aprendeu a ver TV, será?
Réplica ao texto "Brasileiro, o telespectador infantil", de Ale Rocha

              Fiquei chocada quando li este artigo e o cara tratando o povo brasileiro como se todas as pessoas tivessem “imaturidade” e “egocentrismo” só porque desaprovam a grade da TV aberta brasileira e mesmo assim continuam assistindo. E no resto do mundo, será que é diferente do Brasil?
            A maioria das pessoas que assiste TV passivamente é dá os altíssimos pontos no ibope para determinada emissora é a massa da população que não tem dinheiro para sair de casa, ir ao cinema, ir a barzinhos, frequentar clubes, pagar entradas absurdamente caras para poder ir a um show ou museu ou mesmo que, alienados no conforto de seus lares, não têm informação sobre passeios gratuitos de qualidade. Nem fazem questão de ter. E isso não vai mudar tão cedo. Nem nunca, talvez. Quem não precisa disso, vai lá e dá sua espiadinha no reality show. Depois disso, volta para seu livro sem afetação. Intelectuais não saem na rua gritando “ronaldo, xurupita, tô pagando”, como já vi muuuitas pessoas fazendo. Além disso, não precisam da propaganda barata veiculada pelo autor desse artigo, que talvez tenha sido panfletagem para si mesmo: “olhem para mim, sou intelectual”.
            O autor do artigo continua seu texto defendendo que é no ‘“BBB’ que o telespectador brasileiro expõe por completo sua imaturidade”. Só porque repete a ladainha de que é uma perda de tempo e continua assistindo? Nesse ponto, o autor critica aqueles que defendem a troca do “BBB” por um livro. Tenho que discordar do autor em mais este aspecto: se somente metade da população brasileira fosse de intelectuais, talvez (e somente talvez!) “neste momento a TV Cultura e a TV Brasil estariam arrebentando na audiência”, ou existiriam inúmeras pessoas trocando o BBB por um livro. Mas não é assim. O autor se esquece de que as pessoas não assistem novelas para discutirem os problemas sociais do mundo. Assistem pra esquecê-los, por diversão, para rirem ou chorarem e encontrarem seu momento de epifania em um determinado personagem que lembra alguém da vida real. Ou faz esquecer alguém da vida real. Talvez por isso que os “telespectadores voltam a se comportar como uma criança na primeira infância” ao ligarem a TV, e colocam o dedo na tomada sem saber que vão levar um choque. Assistem um programa, depois têm o direito de achar que foi uma perda de tempo, um lixo mesmo.
          Outra coisa de que discordo: o autor de uma novela não tem que fazer uma “análise moral e ética dos personagens” logo no primeiro capítulo nem nunca. Quem faz análise moral e ética das pessoas é padre, pastor, juiz, psiquiatra, psicólogo, sei lá! Ainda bem que os autores hoje em dia não lidam mais com essa dicotomia do mocinho e do vilão, e sim colocam como personagens que se aproximam do mundo real, como seres humanos que têm seus momentos malignos dentro de si, mas que também sofrem,choram, são injustiçados, fazem o que fazem por um motivo e não apenas porque são maus ou bons e pronto! Se os vilões ganham a simpatia do público mais do que os mocinhos, ora, é porque quem não se identifica com um personagem que vê o pai morrendo em seus braços, vai lá e faz uma atrocidade qualquer?
           Quando o cara fala “um dos poucos autores que ainda tem meu respeito”, esquece de que existem vários AUTORES dignos de respeito. Na dramaturgia televisiva brasileira, talvez não existam tantos, mas isto não justifica uma generalização.
           Uma coisa que o Brasil realmente está precisando URGENTE é de bons colunistas, que escrevam de forma inteligente e que saibam usar o dom da palavra de forma coerente, coesa e sem os preconceitos e moralismos vazios de significado que vemos em artigos como este que acabei de ler no site: http://colunistas.yahoo.net/posts/8018.html


1 comment:

Unknown said...

Oi, boa noite! Consegui achar, e concordo, no meu post eu dei minha opinião, com o que busco no momento, não sou critico e nem tenho essa pretensão, mas as vezes comento algo que vi ou que acho interessante. Entendi seu post e concordo realmente com ele. Precisamos de criticos que não se julgue maior e nem melhor e que antes de escrever procure observar o que as pessoas procuram ao dar audiência aos programas de televisão.