De um lado, um terreno de cerca de 350 mil metros quadrados, loteado e vendido para 600 famílias que estão construíndo suas casas de forma irregular pois já pagaram inúmeras parcelas de seus lotes e continuam pagando aluguel ou vivendo de favor com parentes, sem poder construir.
Isto porque o terreno foi embargado pela prefeitura por conta de licença ambiental, pois trata-se de uma área de preservação porque nela existem várias nascentes de água, uma delas usada pela população para consumo, visto que é água potável.
Nascente de água localizada no bairro Colina das Nascentes, em Campinas
Pôr do Sol no bairro Colina das Nascentes, em Campinas

outras nascentes, com água impotável
Visão panorâmica do Bairro Colinas das NascentesAntes da Prefeitura fornecer licença para as construtoras venderem os terrenos, deveria ser obrigatório possuir todas as licenças e nenhum processo jurídico em trâmite, mas não é isso que ocorre. E esse foi o caso deste bairro em Campinas.
De outro lado, separado apenas por uma cerca de arame farpado caindo aos pedaços, caminhões da Sanasa Campinas despejando lixo de demolição em terreno particular.Será que lixo de demolição também não é poluente? Será que não afeta as nascentes de água do mesmo terreno que foi embargado pela prefeitura por falta de licença ambiental? Dois pesos, duas medidas... Acontece que, o terreno transformou-se em um depósito de lixo de toda natureza. Vem a sanasa e despeja tijolos quebrados, telhas, terra. Vem os caminhões clandestinos e despejam toda natureza de lixo: sofás que ninguém quer mais, televisão quebrada, lâmpada, celular velho... vem a população e despeja lixo doméstico que não é coletado pelos caminhões de lixo: gato, cachorro morto, objetos de plástico e sei lá se até gente morta que só presta para desova. É triste, mas é a realidade da periferia de Campinas.

Em um mesmo dia, 12/08, em poucos minutos, observei um tráfego de cerca de dez caminhões passando pela rua para despejar lixo no sítio particular. E hoje, um mês depois, a situação continua a mesma. Com permissão dos donos? Pode até ser. Mas cadê a licença ambiental? E por que a Sanasa despejaria lixo em terreno particular, se na cidade há terrenos da prefeitura para esta finalidade?

Trator (da prefeitura? da Sanasa?) fazendo terraplanagem de terreno particular, onde lixo de demolição foi despejado. Junto com este tipo de lixo, fica aterrada uma variedade de detritos, poluindo o lençol freático do local que teoricamente possui áreas de preservação.

Os bichinhos que ainda sobrevivem no local pedem clemência. Mais que isso, toda a população do local pede clemência: Protejam os bicos, e deem dignidade para as pessoas.
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